Atualmente a saúde oral é um importante problema de saúde pública. Uma boa saúde oral está associada ao bem-estar geral. Assim, os cuidados preventivos adotados devem ser diários.
Pacientes portadores de doença periodontal, segundo estudos epidemiológicos, experimentais e clínicos, apresentam um maior risco de sofrer um enfarte agudo do miocárdio comparativamente com os restantes pacientes, que apresentam uma boa saúde oral. Além disto, a periodontite pode provocar, também, ao longo do tempo, halitose, prejuízo estético, mobilidade dentária e, por fim, perda das peças dentárias. Embora esta seja uma doença habitualmente “silenciosa”, apresenta sinais clínicos que podem ser facilmente detetados pelo profissional. Daí a importância das visitas regulares ao médico-dentista.
Estudos recentes indicam existir, também, uma associação entre a doença periodontal e o Alzheimer. As bactérias responsáveis pela inflamação oral podem instalar-se noutros órgãos através da via sistémica, inclusive no cérebro, provocando a destruição dos neurónios, podendo levar à perda de memória e demência.
A higiene oral pode estar associada também a outros problemas de saúde, como ataques cardíacos e AVC. Foi realizado um estudo que provou que “lavar os dentes regularmente reduz o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais”. Segundo os investigadores, escovar os dentes duas vezes por dia impede que 700 tipos de bactérias entrem na corrente sanguínea. Estas mesmas bactérias são prejudiciais ao nosso organismo, endurecendo as artérias e provocando, portanto, estes problemas.
A saúde das gengivas é também muito importante nas grávidas. Com as várias desregulações hormonais, as gengivas podem sangrar e doer mais do que o habitual. Por isso, uma boa higiene oral é bastante importante nesta fase. Estudos recentes associam as doenças das gengivas a partos prematuros e ao nascimento de bebés com baixo peso.
Também nos pacientes com diabetes tipo II foi encontrada uma relação com a saúde oral. Estes apresentam maior tendência para doenças gengivais (gengivite e periodontite), uma vez que os níveis de açúcar no sangue são geralmente mais altos do que o habitual, propiciando o ambiente ideal para a proliferação de bactérias e, consequentemente, para a inflamação se manter. No entanto, alguns estudos demonstram que esta relação é bidirecional, ou seja, os pacientes que tratam as doenças das gengivas, melhoram o nível de inflamação geral do organismo, o que contribui para controlar melhor os níveis de glicémia.